SE O SEXO É PERMITIDO,

POR QUE O PRAZER É PROIBIDO?

As mudanças culturais evoluem muito lentamente. A chamada “revolução sexual” ainda tem muito a percorrer e considero “inocência” limitá-la à década de sessenta. 

A aceitação de “novas verdades” por toda a sociedade é lenta e propicia grandes dúvidas e confusões. 

Resultado? 

Sofremos todos nós na insegurança dessa caminhada e nos paradoxos que vão surgindo durante a construção da “nova verdade”. 

Entre o sexo proibido e o sexo prazer há um grande abismo; ou seja, hoje, + no meio da nossa caminhada, pode-se falar de sexo, desde que não se fale de sexo por prazer.

Por favor, não me entendam mal! Não estou fazendo apologia ao sexo irresponsável, inconsequente e, ainda, acredito firmemente que sexo com quem se ama é muitíssimo mais prazeroso. 

Só acho muito cruel que, embora na maior parte da vida sexual ativa o sexo seja praticado com o objetivo de se obter prazer, até hoje não tenhamos conquistado 

o direito a uma educação sexual voltada para o prazer. 

Afinal, quem nasceu sabendo?

Aos que não concordam, avaliem comigo: que tipo de educação sexual você recebeu?

1. Vinda dos pais: silêncio? 

Enfatizando o pecado? 

Enfatizando o planejamento familiar e a prevenção de DST’s? 

Ou eles se preocuparam em te ajudar a obter prazer no sexo?

2. Na mídia: sexo performático? 

Sexo magia (romântico)?

3. Na Igreja: sexo para reprodução? 

Sexo prazer desde que …?

4. Na Escola: 

voltado para planejamento familiar e prevenção de DST’s?

5. Entre amigos: sexo mercadoria? 

Sexo troféu? 

Sexo ingresso para a “turma” almejada?

Infelizmente, os resultados dessa educação sexual mutilada são várias mulheres absolutamente sadias que são incapazes ou muito pouco capazes de atingir o orgasmo na maior parte de suas relações sexuais; 

- homens obcecados pelo tamanho de seus pênis porque de fato acreditam que o tamanho é proporcional ao prazer que “eles” podem oferecer às suas parceiras; 

mulheres que “fingem” orgasmos para não decepcionar seus parceiros 

- ou homens que acham “normal” suas parceiras não atingirem o orgasmo; 

incapacidade do casal de conversar sobre sua intimidade (que intimidade é essa?)

Pessoas que não conseguem obter prazer porque perdem tempo achando que têm que fazer malabarismos e aí não lhes sobra tempo para “curtir” o que realmente é prazeroso e deveria ser muito mais fácil de obter-se numa relação sexual; gravidezes indesejadas e DST’s que poderiam facilmente ser evitadas na atualidade, porque não queriam “macular” o romantismo do momento pensando em coisas de ordens práticas; 

crenças absolutamente equivocadas sobre a anatomia e a fisiologia do aparelho genital; 

homossexuais deprimidos, reprimidos, escondidos; casais sexualmente insatisfeitos, relacionamentos destruídos e seres humanos infelizes porque acharam mais fácil viverem infelizes do que expor questões tão proibidas a um profissional que poderia ajudá-los a compreender e viver plena e prazerosamente sua sexualidade.

Tudo bem, já se pode entender o porquê de tantos transtornos da sexualidade, apesar da “pre-revolução sexual”, agora queremos vivenciar nossa sexualidade 

com muito prazer.

Fonte: Dra. Karla Marques.

Sexologia