Ensopo-me nas águas dessa correnteza
Que escorrem, procurando o céu da minha boca
E sinto em minhas costas garras de tigresa
Que rasgam sem sessar nessa gozada louca...
Sinto-te em minha boca e nada mais eu vejo,
Pois prendo-me, apojando entre os teus grandes lábios...
Bebendo o puro muco como se n'um beijo,
Drenasse com a língua a mansidão dos sábios...
E as minhas mãos te puxam nesse frenesi,
A tua greta em mim, a minha língua em ti,
E a tua boca em busca do calor do inferno...
Suga-me esfomeada ao som do meu gemido,
Tal qual a boca ardente de um recém-nascido
Que busca o leite d'ouro no seio materno...
Autoria: Nizardo Wanderley

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