Adormecido... Frágil?
Nua em frente à gaveta de lingerie me decidia entre as tantas de minha coleção, adoro comprar lingerie para agradar meu homem, embora a maior parte do tempo na presença dele eu permaneça nua, ele não tem muita paciência com minhas peças íntimas, elas sempre terminam em pedaços no chão e eu em pedaços na cama.
Um leve sorriso tinge meu rosto ao recordar o poder daquele gavião em me levar a lugares que jamais imaginei existir.
- Ele não tem limites... Disse em voz alta, o que me trouxe de volta a realidade.
Escolhi uma peça negra, não é de se admirar que esta tenha sido a opção, o negro o excita, provavelmente por ele ser um animal de alma escura.
Tua aura é terrivelmente sexy e obscura e ele faz questão de se aproveitar disto para intimidar quem cruza teu caminho, defesa?
Talvez...
Ele é um daqueles tipos de homem endurecido pelo tempo, com uma força sobrenatural e uma personalidade inquebrável, não era qualquer pessoa que suportava sem constrangimento estar na tua presença e sustentar o teu olhar.
- Definitivamente sou uma mulher de sorte, de todos os homens neste mundo eu decidi que precisava ter o mais complexo...
Preciso parar com estas divagações, acho que mesmo depois de 365 desejando este homem e agora fazendo parte da vida dele ainda não me acostumei.
Gosto de cozinhar nua ou de lingerie e sempre com uma taça de vinho na mão, preparei um jantar afrodisíaco para ele e agora com tudo pronto e “vestida”, vou para a cozinha e pego o suco de uva que havia deixado no freezer, sirvo numa taça e vou para o quarto, ouço o ronco do motor da moto dele na garagem.
Coloco a taça na mesinha ao lado da cadeira, sei que ele precisa daquele momento sentado sozinho em tua cadeira sem a minha interferência, ele não é daqueles homens que chegam gritando:
“Querida cheguei, o que tem para o jantar?”
Meu homem é silencioso, mas expressivo, embora ele não demonstre em tua face às emoções eu as sinto na presença espeça do ambiente.
Ouço a porta bater e neste momento já estou na cama sentada de forma despreocupada, quando o vejo caminhar e sentar-se em frente a mim, ele pega a taça e bebe um gole saboreando lentamente o líquido enquanto fixamente me olha, sei que teve um dia de cão, cinco entrevistas com aspirantes a tua função, não deve ter sido fácil decidir por alguém que fizesse jus a teu nível de exigência...
Estava cansado e ao mesmo tempo tão sexy com aquela aparência de garoto mau, mas naquele momento eu deixaria de lado o tesão que começava a se manifestar por entre minhas pernas e molhava minha calcinha.
Antes que eu me levantasse para ir até meu gavião eis que surge minha arquirrival e pula em teu colo, sou conhecida por ser amada por animais, mas definitivamente a subcat me odiava, talvez porque a natureza felina dela reconhecia o animal dentro de mim, eu tinha que conviver com a antipatia daquela gata rebelde, pois a raposa aqui chegou depois e tomou boa parte do tempo dela com o dono.
Ele nunca foi carinhoso com ela, ministrava afagos ásperos e a bichana gemia de prazer como se estivesse prestes a ter um orgasmo.
Dei a ela alguns minutos preciosos naquele colo que me pertence e que lutaria com minhas próprias mãos para defender, a felina não merece minha benevolência, pois disputava meu homem de igual para igual, às vezes os gemidos dela pareciam com os meus e isto me assustava com a inteligência daquele animal.
Levantei-me e caminhei até ele, teus olhos me seguiam em cada movimento e a subcat eriçou os pelos em posição de ataque...
Neste momento eu só queria cuidar dele, me ajeitei no chão e retirei teus sapatos, ao subir os olhos para tua face no caminho percebi que teu membro me reconheceu e desejava meus cuidados.
Ainda não, pensei, comecei a massagear teus pés para dissolver um pouco da tensão que teu corpo demonstrava, senti que ele se ajeitou na cadeira e que aquilo o agradava mesmo que não dissesse nada.
Olhando em teus olhos levei as mãos no zíper de tua calça jeans, mas não tive tempo para abri-la, como um monstro ele se arremessou contra mim no chão jogando a subcat para cima da cama, assustando tanto a gata quanto a raposa, pois gritamos ao mesmo tempo.
Gosto desta selvageria dele, sinto exposto cada partícula de bicho que aflora em meu corpo e ele veio com tudo, me atravessou como um raio numa tormenta...
Ele aguçou meu cio cravei minhas unhas nas costas dele para receber toda aquela brutalidade, mas ele não gostou bruscamente me virou de costas com a minha cara colada ao chão senti minha calcinha sendo rasgada e sem nenhuma lubrificação minha gruta foi rasgada, expandida e dilacerada.
Teu membro cada vez mais grosso e duro entrava cada vez mais fundo, meu corpo tentando acompanhar aquele ritmo alucinante, em vão.
Com o rosto entre meus cabelos senti tua voz no meu ouvido:
- Quando realmente quiser me acalmar, é assim que deve fazer. É enterrado dentro do teu corpo que meus problemas são esquecidos.
Cavalgou-me como um animal possuindo tua fêmea, como se quisesse fazer parte do meu corpo ele se arremetia contra minhas nádegas para se depositar mais fundo em minha gruta, se alimentava da minha força, era isto que ele buscava naquele instante, sugar o que eu podia dar a ele.
Tuas mãos posicionadas em meus cabelos meu corpo era fortemente lançado contra o gélido chão do quarto, eu gemia cada vez mais descontrolada, sentia a crescente onda de liberação tomar conta do meu corpo em meio aquele embate animalesco queria gozar, queria misturar o cheiro do meu gozo com o suor que emanava dele.
- Preciso gozar amor, por favor, me faça gozar... Eu que não gosto de pedir, já estava a esta altura implorando pra bondade remota que havia naquele homem... Meu homem.
- Uma das coisas que mais amo em você “raposinha” é quando implora deixando de lado este teu orgulho que tanto se gaba ter.
Dizendo estas palavras se afastou deixando um vazio daquela presença que há instantes me possuía fortemente.
Levantou-se e me levou com ele me colocou na cama aberta a visão daqueles olhos verdes e infames, mordi o lábio de desejo enquanto nos olhávamos e nos devorávamos, ele ajeitou o membro e já me preparei para ser possuída novamente com aquela mesma intensidade.
- Quer gozar “raposinha”?
Mas eu não tive tempo para responder, tua boca me devorou a gruta como um desesperado faminto por comer tua caça, como uma fúria descomunal fui levada a um mundo onde eu não era nada além de sensação...
Gozei aos gritos e lágrimas misturadas num sorriso chocado, fui me recuperando aos poucos quando pude ver meu gozo brilhando em tua boca triunfante e satisfeita, meu coração ainda desacelerando, percebi que ele subia na cama e teu membro tomava o lugar de tua boca que agora me beijava me fazendo sentir meu próprio sabor.
Nada me preparou para aquele momento, a fera que antes me violentou agora me amava lentamente me enchendo de suspiros e um prazer inexplicável...
Levou-me a picos de tesão em que eu achei que não aguentaria me segurar, invadida por vários orgasmos minha gruta pressionava teu membro até que senti que ele me brindaria com teu gozo quente e espeço em meu interior.
Nestes momentos eu entendia todo aquele meu amor por este gavião.
Fui arrastada para o peito dele onde pude sentir teus batimentos e tua respiração ainda sem controle.
Deitada ali naquele corpo febril e molhado pelo suor sentindo a semente dele escorrendo de meu corpo o vi dormir, tuas batidas acalmando entrando num sono de quem estava cansado, ali estava meu gavião no ninho, depois de um dia ruim no trabalho encontrou repouso em meu corpo, sem armas, sem defesas, só o homem...
O meu homem, que a cada vez que me amava me amava de uma maneira diferente. Não havia nenhuma fragilidade naquele ser que ali dormia sem preocupações além de mim...
Eu era a tua fragilidade e a tua fonte de forças.
A/D
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